Saltar para: Post [1], Comentários [2], Pesquisa e Arquivos [3]

More than words.

More than words.

Rebel life (12)

"Vocês nem imaginam o que o meu pai vai fazer!"

Por mais que o grupo de amigos tenta-se arranjar alguma solução para ajudar Rachel parecia que tudo estava contra eles, não surgia nenhuma ideia o que os deixava deveras chateados. Rachel foi adiando a resposta que devia dar ao pai, resposta essa que ele esperava ser positiva no entanto ela não estava assim tão certa disso.

*

Já se tinha passado uma semana quando Madeleine entrou no armazém onde os outros já estavam e atirou-lhes o jornal daquela manhã.

Olhem isto! – exclamou apontando para a notícia que ocupava toda a capa do jornal. Os outros esticaram-se para o mesmo e foi Kevin quem pegou no jornal, os outros dois puseram-se ao seu lado para lerem a parte que estava em maior destaque na notícia.

 

“ Durante a última semana vários habitantes desta cidade dizem ter avistado um lobo a rondar a cidade, poderia pensar-se que era apenas imaginação de alguém mas não foi apenas uma pessoa a afirmar ter visto o animal, foram várias. Tememos que a nossa cidade esteja em perigo com uma criatura destas à qual já chamam de Lobisomem. Será mesmo um lobisomem? E será um habitante desta pequena cidade?”

 

Kevin deixou cair o jornal e revirou os olhos deixando-se sentar de novo no sofá onde estava anteriormente.

- Vêem? – perguntou Ryan olhando para cada um deles de cada vez. – Eu disse e vocês não acreditavam em mim. – olhou depois para Kevin apontando-lhe um dedo. – Principalmente tu. – retorquiu. O outro encolheu os ombros e nada disse, as raparigas sentaram-se numa ponta do outro sofá ao lado uma da outra, Rachel levou a mão à boca roendo as unhas e olhou de novo para o jornal, onde a notícia estava acompanhada da imagem de um enorme lobo.

- Começo sinceramente a ter medo disto… - murmurou um pouco baixo mais para ela do que para os outros ouvirem. Madeleine assentiu com a cabeça como se concordasse com ela, Ryan nem precisava de dizer nada pois já todos sabiam como ele se sentia em relação àquele assunto desde que o lobo lhe tinha aparecido. Kevin era o único que se mostrava um pouco indiferente em relação a toda aquela história, tinha dito aos amigos várias vezes para esquecerem aquele assunto no entanto agora era praticamente impossível. Toda a cidade já sabia da existência daquele animal que ia ser o principal assunto dos próximos tempos.

Rachel pegou no telemóvel quando o sentiu vibrar dentro do seu bolso e arregalou os olhos quando leu a mensagem da sua mãe.

- O meu pai está cá! – exclamou olhando para os outros que ficaram tão boquiabertos como ela.

*

John tinha acabado de chegar à cidade e o primeiro sítio onde fora foi à sua antiga casa onde a sua ex-mulher e a filha ainda viviam. Não entendia porque é que ainda insistiam em viver naquele pequena cidade sem nenhumas oportunidades de vida, parecia que estavam ali meio paradas no tempo. Rachel não estava em casa, foi o que a mulher lhe informou depois de abrir a porta. Já estava mais ao menos à espera daquela visita inesperada depois da carta que ele tinha enviado para Rachel à cerca de uma semana atrás. A filha não tinha respondido como era de esperar pois ela sabia que a rapariga não queria sair dali.

John disse que voltava mais tarde pois precisava de falar com Rachel e depois saiu da casa, fez um ar confuso quando todas as pessoas daquela cidade pareciam andar numa grande agitação.

- Com licença. – tirou o jornal da mão de uma senhora já de idade, toda a gente parecia ter aquele jornal nas mãos, olhou a grande notícia que se destacava: Lobisomem na cidade? , era o título impresso a grossas letras pretas. – Um Lobisomem? – mordeu o interior da bochecha fazendo uma cara confusa e depois de entregar de novo o jornal à senhora pegou no telemóvel e começou a fazer umas chamadas para Nova Iorque.

 

Quando mais tarde voltou para casa Rachel deu de caras com o seu pai sentado no sofá da sala à sua espera, mordeu o lábio e aproximou-se.

- Rachel! – John sorriu muito amavelmente, demais para o gosto da rapariga, e levantou-se dando um abraço todo desajeitado à filha. Esta manteve-se quieta e depois de o pai se sentar sentou-se também ela no outro sofá.

- Que queres falar comigo? – perguntou sem rodeios, queria apenas despachar aquilo e ver-se livre dele o mais rapidamente possível. Não tinha encontrado nenhuma solução no entanto esperava conseguir ficar na cidade, ia bater o pé e impor-se. Ela tinha ficado sob a guarda da mãe por isso John não podia levá-la, a não ser que… a não ser que fizesse uma das suas tramóias pagando a alguém para alterar o facto de Rachel ter de ficar com a mãe. Abanou um pouco a cabeça e desejou que ele não tivesse sequer pensado nisso.

- A carta Rachel, não me respondeste então decidi vir cá. – encolheu os ombros e sorriu levemente. – Espero que tenhas pensado naquilo que disse na carta…

Ela assentiu com a cabeça. – Pensei e eu não quero ir. – disse olhando-o e engolindo em seco. – Quero ficar aqui.

- Mas filha sabes bem que aqui não há nada. – o homem abriu os braços e fez uma cara confusa. – Aqui nesta cidade não tens futuro para além de que agora nem sequer é seguro viver-se aqui.

Rachel fez uma cara confusa, ele só podia estar a falar do lobo. Como é que já sabia do lobo se praticamente tinha acabado de chegar à cidade? Suspirou e fitou-o. – A minha vida é aqui, todas as pessoas importantes para mim e que se importam verdadeiramente estão aqui comigo. – levantou-se do sofá. – E quero lá saber do futuro, nem sequer sei se amanhã vou estar viva quanto mais no futuro. – virou-lhe costas e subiu as escadas batendo os pés com força  e fazendo o maior ruido possível, assim que entrou no quarto trancou a porta e atirou-se para cima da cama. Não ia sair daquela cidade só por causa do pai, se é que podia chamar-lhe pai.

 

Assim que John saiu daquela casa sorriu para si, apesar de os seus planos não estarem a correr como o previsto havia outra coisa que talvez corresse bem, olhou o seu telemóvel cheio de chamadas perdidas e retornou-as. O material de que precisava iria chegar já dali a dois dias, não dava para ser mais rápido no entanto assim já era bom. Até lá ia tentar falar de novo com Rachel na esperança de conseguir levá-la com ele para Nova Iorque, não queria a filha naquela cidade, queria-a com ele a ter uma vida digna de alguém com o seu sobrenome.

 

Rachel nem podia acreditar no que tinha ouvido, chamou os amigos que ficaram de ir ter com ela a um pequeno beco escondido perto da casa da rapariga.

- Vocês nem imaginam o que o meu pai vai fazer! – exclamou boquiaberta.

 

Acho que ultimamente anda menos gente a ler a história pois os comentários têm sido menos :/. Espero que continuem a gostar!

14 comentários

Comentar post