falling in love - capítulo 3
Entrei a correr no hospital não me importando com as pessoas contra as quais ia batendo fazendo-as resmungar comigo e algumas delas até me insultavam. Não me importava com nada disso, neste momento só queria o Thomas, só queria vê-lo, tocar nele e saber que ele estava… vivo…
- Thomas McGarvey. – disse ofegante assim que cheguei ao balcão onde estava a senhora que tratava das coisas das pessoas que davam entrada no hospital. Ela franziu a testa olhando-me com uma cara toda confusa e juro que naquele momento a minha vontade foi de a abanar toda. – Preciso de saber onde ele está! – cuspi as palavras completamente irritada, parecia que não entendia o porquê de alguém ir ali e dizer um nome.
- Tenha calma. – disse-me ela com um revirar de olhos, a sério que tinha de me calhar esta antipática? Como é que alguém conseguia ter calma numa situação destas? – Vou verificar aqui no sistema. – disse com a maior das calmas e começou para lá a mexer no computador.
- Não dá para ter calma. – respirei fundo várias vezes e olhei em volta a ver se via o Nate ou os pais do Tom mas nada. Bati várias vezes com os dedos no balcão impacientemente.
- Quarto 132. – disse-me ela por fim. – Mas não sei se neste momento ele pode receber visitas…
Não deixei que ela acabasse de falar e comecei novamente a correr pelo hospital, percorri todos aqueles infindáveis corredores… 127…128…129…130…131…132! Finalmente! Abri a porta de rompante e fui contra uma enfermeira que naquele momento ia a sair do quarto.
- Não pode entrar. – disse-me ela empurrando-me para fora e fechando a porta atrás de si.
- Mas eu tenho de o ver, é o meu namorado… - comecei a chorar novamente depois de ter passado a hora anterior a tentar controlar as lágrimas. – Por favor… - supliquei.
- Não pode mesmo, peço imensa desculpa. Talvez mais tarde a deixem entrar. – disse-me e fez um pequeno sorriso acabando por se ir embora.
Respirei fundo e encostei-me contra a parede, naquele momento sentia-me tão mal e tão irritada e com tanta raiva que só me apetecia bater com a cabeça contra a parede até que aquilo tudo passasse. Se não o podia ver era porque ele estava muito mal… Mordi o lábio com força e limpei as lágrimas que teimavam em cair pelo meu rosto. E se ele…? Nem conclui os meus pensamentos… aquilo não ia acontecer, não podia simplesmente acontecer.
- Nate! – corri até ele quando o vi surgir no corredor e atirei-me para os seus braços abraçando-o com quanta força tinha. Ele apenas me abraçou de volta e nada disse fazendo-me ter ainda mais medo. – Como é que foi… o acidente? – perguntei depois de separar o abraço para poder olhar para ele.
Ele olhou-me com aquela carinha toda triste como nunca o via, ele estava sempre com um sorriso no rosto e era tão estranho vê-lo assim. Segurou-me na mão e puxou-me até às cadeiras que tinha ao lado da porta do quarto, sentou-se numa delas e eu sentei-me na outra virando o meu corpo para ele. – Conta-me… - pedi com um suspiro.
- Pelo que sei ele ia de carro e apareceu um carro do nada a toda a velocidade e bateu contra ele… parece que bateu mesmo no lado do carro onde o Tom estava… - respirou fundo e vi que estava a tentar não chorar ou mostrar parte fraca. – O outro condutor estava bêbado… - acrescentou logo depois com um suspiro. – Juro que se lhe ponho as mãos em cima o mato! – vi-o cerrar os punhos com força.
- Calma... – pedi segurando-lhe na mão, a minha vontade era a mesma que a dele mas tinha de tentar acalmá-lo. – E como é que o Tom está agora? – perguntei a medo.
Nate encolheu um pouco os ombros antes de me responder. – Não sei bem… não me dizem praticamente nada… só sei que tem um braço partido e mais algumas coisas… - suspirou.
Engoli em seco e limpei uma lágrima que tinha caído. – Eu quero vê-lo… - sussurrei. – Tu já o viste? – perguntei-lhe.
Ele assentiu com a cabeça. – Só me deixaram estar lá um bocadinho… - murmurou. – Bri…
- Diz… - franzi a testa ao ver a cara dele e calculei que me fosse dizer alguma coisa que eu não ia gostar de ouvir…
- Ele não está com muito bom aspecto, está cheio de hematomas no rosto e assim… - disse baixinho.
Respirei fundo e comecei a chorar, desta vez a sério. – Mas eu quero vê-lo. – disse num sussurro. Ele puxou-me para si abraçando-me e encostei a cara contra o seu peito enquanto sentia as lágrimas salgadas chegarem à minha boca.
- E vais vê-lo… não tarda nada deixam-te entrar lá para o ver. – passou uma mão pelo meu cabelo e eu assenti levemente com a cabeça.
Nem acreditava que aquilo tudo estava a acontecer, ainda de manhã tínhamos estados juntos e tão bem e agora de um momento para o outro ele estava numa cama de hospital sabe-se lá em que estado. Só queria acordar e saber que aquilo não tinha passado de mais um pesadelo… mas infelizmente sabia que isso não ia acontecer.
Permanecemos assim abraçados sem nada dizer, não sei por quanto tempo: se apenas por uns minutos ou se por horas, até que uma voz nos fez sair daquele estado.
- Podem entrar para o ir ver. – disse a enfermeira que de repente estava ao nosso lado. Afastei-me do Nate rapidamente e levantei-me de um salto. Aproximei-me da porta e devagarinho abri-a, engoli em seco ao olhar para o Thomas e os meus olhos foram novamente assolados por lágrimas.