falling in love - capítulo 5
Abri de repente os olhos e olhei logo para a cama vendo que o Tom ainda estava a dormir, suspirei e afastei o braço que o Nate tinha em volta dos meus ombros, levantei-me e fui até à beira da cama. Levei as mãos ao rosto de Tom com cuidado para não o magoar e fechei os olhos por um bocado, só queria que ele acordasse. Senti um breve movimento atrás de mim e logo depois o Nate estava ao meu lado.
- Ainda não acordou… - sussurrei e suspirei demoradamente, já estava a demorar tanto…
- Ele vai acordar. – o Nate segurou-me no rosto fazendo-me olhar para ele.
- Mas está a demorar tanto... – sussurrei e senti as lágrimas cair-me pelo rosto, não conseguia evitar, pensar naquilo tudo e no que poderia acontecer só me fazia ter vontade de chorar.
Ele passou um dedo pelo meu rosto sobre as lágrimas que caiam. – Tem calma… - pediu baixinho enquanto os seus dedos continuavam a deslizar pelo meu rosto juntamente com as lágrimas. – Não chores por favor… - vi-o suspirar.
Suspirei também e puxei-o para mim abraçando-o com força, enterrei a cara no seu pescoço enquanto as lágrimas continuavam a cair. Senti os braços dele envolverem-me também e apertarem-me contra o seu corpo.
- Não estejas assim Bri. – pediu ele algum tempo depois. – Ele vai acordar, só tens de ter calma e esperar… - murmurou baixinho e separou o abraço fazendo-me olhar para ele.
- Desculpa… - pedi e passei a parte detrás da mão pelo rosto para tentar limpar as lágrimas.
Ele abanou a cabeça enquanto me olhava. – Não tens de pedir desculpa. – passou uma mão pelo meu cabelo. – Vamos dar um volta por aí… quer dizer, pelo hospital, vamos tomar um café ou assim. Estares aqui fechada não te faz nada bem. – disse ele olhando-me.
Mordi o lábio e abanei negativamente a cabeça. – Não posso sair daqui. – olhei para o Tom. – Ele pode acordar… - sussurrei voltando a olhar para o Nate.
- Não tens de te preocupar com isso. Se ele acordar alguém nos há-de avisar. – ele disse-me.
Encolhi os ombros. – Está bem… - acabei por dizer. – Nathaniel. – gozei mordendo o lábio com força.
Ele riu-se um pouco. – Tinha de vir a piadinha. – segurou-me na mão e puxou-me com ele para fora do quarto. – Hoje não me chateio contigo. – disse ainda com um sorriso.
- Eu sei, por isso é que chamei. – andámos pelos corredores até chegarmos a um pequeno bar, sentei-me numa cadeira quando o Nate disse que ia pedir um café para nós. Olhei em volta e não sei porquê fez-me bem ver todo aquele movimento e aquelas pessoas a andarem de um lado para o outro. Talvez fosse por causa de todo o tempo que tinha estado fechada naquele quarto.
- Obrigada. – agradeci ao Nate quando ele se sentou na cadeira à minha frente e pousou um dos cafés ao pé de mim. Deitei um pouco de açúcar e mexi o café.
- Que se passa? – ouvi a voz de Nate algum tempo depois.
- Hm? – levantei o olhar para ele meio confusa e vi-o encolher os ombros.
- Estás para aí à meia hora a mexer o café… - disse ele franzindo a testa. – Passa-se alguma coisa? – perguntou. Olhei para o café e suspirei tirando a colher e pousando-a no pratinho.
- Estava só a pensar numa coisa. – acabei por dizer.
- O quê? – perguntou ele e deu um pequeno gole no seu café, antes de lhe responder fiz o mesmo e bebi um pouco do meu.
- Sabes aquele espectáculo de ballet que eu tenho estado sempre a falar? – perguntei e ele assentiu levemente com a cabeça. Já tinha falado montes de vezes sobre aquilo com o Tom e o Nate também já me tinha ouvido falar sobre o espectáculo. Eu andava tão entusiasmada que toda a gente sabia daquilo. – É já daqui a poucos dias… - disse olhando para ele. Faltava mesmo pouco tempo e de certeza que o Tom ainda ia estar no hospital e não poderia ir comigo.
- E o Tom não vai poder ir… - disse ele como se tivesse lido os meus pensamentos. Assenti e suspirei enquanto continuava a olhar para ele.
Olhei a chávena do café e voltei a suspirar. – Eu queria tanto que ele fosse, aquilo é tão importante para mim… - murmurei.
- Eu sei… - o Nate suspirou. – Se quiseres… eu posso ir contigo. – olhei para ele quando disse aquilo e franzi a testa. – Eu sei que não é a mesma coisa. – acrescentou rapidamente enquanto tinha os olhos fixos em mim. – Eu não sou o Tom nem nada mas sei lá… eu não me importo de ir contigo…
Eu tinha convidado algumas pessoas para irem ver o espectáculo, no entanto as que mais me importavam eram os meus pais e o Tom, pois eram as mais importantes para mim. Mas se o Tom não podia ir acho que era bom ter lá o Nate, era o irmão do Tom e apesar de andarmos sempre a picar-nos e na brincadeira eu gostava bastante dele.
- Obrigada… - disse ao Nate. – Ia gostar muito que fosses… - acabei por dizer.
- Fixe. – disse ele. – Sempre quis ver-te a fazer ballet. – riu-se e acabou de beber o seu café. Revirei os olhos e acabei o meu também. Ficámos um pouco mais de tempo ali distraídos na conversa que quando demos pelo tempo já se tinha passado mais de uma hora.
- É melhor irmos… - disse eu. – Ele pode já ter acordado. - o Nate assentiu e levantou-se, levantei-me também e caminhámos de volta para o quarto.