Another Life - 14
- Pára o carro. – diz Cameron de repente, ao fim de alguns minutos de viagem. O carro pára de repente, fazendo uma travagem meio brusca, o que faz com que o meu corpo seja impulsionado para a frente. – Anda, sai do carro. – diz Cameron depois de abrir a porta e ele sair.
Olho-o, completamente confusa e saio do carro, tal como ele disse. Ele estica-se ligeiramente, de maneira a poder falar com o condutor. – Diz ao Graham que houve um pequeno problema mas que já está tudo bem e que nós já voltamos para lá. E diz-lhe que ainda a tenho, caso ele pergunte pela rapariga. – fechou depois a porta com alguma força, e o carro arrancou, deixando-nos ali.
- O que é que vais fazer? – pergunto, fitando-o.
Cameron vira-se para mim, segura no meu rosto, com uma mão de cada lado do mesmo e de seguida é que fala. – Summer, se o Graham sabe o que fizeste, ele não vai mais querer manter-te viva. Da maneira que ele te odeia, ele vai acabar contigo num piscar de olhos. – ele pára por momentos de falar e suspira. – Eu… eu vou dizer que fui eu quem o matou.
- O quê?? – pergunto, surpresa e arregalo muito os olhos, pois não estava à espera que ele fosse dizer aquilo.
- Ouve-me. Está tudo bem, se ele pensar que fui eu não haverá problema. Basta-me dizer que foi por engano ou algo do género, isto já aconteceu imensas vezes. Ele vai apenas ficar um pouco chateado comigo mas depois passa. Diz que vais fazer tudo direito e vais comportar-te como se não tivesses feito nada.
Aceno um pouco com a cabeça. – Está bem…
Não entendo o porquê de ele me estar a tentar proteger mas também não tenho intenção de lhe perguntar.
Cameron começa a andar, agarrando na minha mão, pois tenho a certeza que ele acha que posso fugir, agora que estou no meio da rua. Por muita vontade que eu tenha de o fazer, sei que não iria muito longe da maneira como estou. Ainda tenho as mãos a tremer e posso dizer que as minhas pernas não estão muito melhores. Dirigimo-nos a uma casa de banho, e Cameron faz-me virar para ele, abana a cabeça e de seguida abre uma das torneiras do lavatório. Põe as minhas mãos por baixo da torneira e começa a lavar o sangue presente nas mesmas. Engulo em seco quando vejo este a sair e a misturar-se com a água, que fica completamente vermelha mesmo antes de sair pelo buraco por onde sai a água do lavatório.
Ele continua naquilo por mais algum tempo, lavando as minhas mãos, assim como as partes dos meus braços que estão expostas e que estão também todas salpicadas com sangue. De seguida dedica-se à minha cara, lavando-a e retirando da mesma todos os vestígios de sangue. Não posso ter qualquer sangue presente no meu corpo, pois assim a mentira que Cameron vai contar, nunca iria bater certo. Se foi ele quem matou o outro, porque haveria de ser eu a ter sangue no corpo e não o Cameron?
- Não podes chegar lá com essas roupas cheias de sangue. – diz ele mais para si próprio do que para mim. Olha por si abaixo e de seguida despe o casaco que tem vestido. Faz-me vesti-lo e de seguida aperta até cima o fecho do mesmo, o casaco para além de bastante largo, fica-me também demasiado comprido. Comprido o suficiente para tapar as partes da minha roupa que estão sujas de sangue. – Pronto. – diz por fiz e suspira de alivio.
Eu mantenho-me calada, como tenho estado até àquele momento, no entanto, quando ele me agarra na mão, preparando-se para sairmos dali, eu abro a minha boca e falo, por fim.
- Porque é que estás a fazer isto por mim?
Ele olha para trás, virando-se na minha direcção e encolhe os ombros. – Sinceramente, ainda estou a tentar perceber o porquê. – diz apenas.
Que acharam deste capítulo? Como podem ver, o Cameron está a ajudá-la...! Bem, espero que gostem, e no próximo capítulo eles estarão de volta ao edifício da Sociedade!