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More than words.

More than words.

Another Life - 8

 

Uma semana, dois dias, quatro horas e alguns segundos. Era este o tempo que eu já estava metida ali dentro. Já sentia a minha cabeça a ficar cansada de não conseguir fazer absolutamente nada para conseguir fugir dali. Já me tinham usado mais algumas vezes para as suas experiências, no entanto nunca serviam para nada, a não ser para me fazer sentir dores e os meus gritos se fazerem ecoar pelos corredores daquele edifício. Numa das idas a uma das salas onde me injectavam aquilo, consegui ouvir uma conversa entre Graham e uma outra pessoa qualquer.

- Tenho a certeza que estamos perto da fórmula correta, mais uns ajustes e aquilo vai finalmente funcionar. – dizia Graham. – Temos de manter a rapariga debaixo de olho, usámo-la e tirámos os seus poderes. Depois é só fazer mais e apanhar todos os outros como ela. – conseguia imaginar o sorriso que ele tinha estampado no seu rosto, apesar de eu não o conseguir ver. – E por falar nisso, no outro dia conseguiram localizar os outros que andam com ela, mas infelizmente, acabaram por os perder de vista. Malditos poderes de teletransporte.

Não consegui ouvir mais nada, visto que estavam a levar-me para a sala onde eu passava praticamente todo o meu tempo. Tinha saudades dos meus amigos, afinal eles eram a minha família.

Eu não tinha mãe, nem pai, desde os meus doze anos. Eles tinham morrido num acidente de viação, e eu apenas sobrevivi devido aos meus poderes, que apesar de naquela altura ainda serem muito recentes para mim e uma novidade, eu tinha-os usado para me salvar. Se fosse agora, acho que não os usava e deixava-me morrer juntamente com eles. A minha vida já há muito tempo que tinha deixado de fazer sentido, e estar aqui dentro presa, sem poder fazer nada, só me deixava com mais certezas daquilo.

 

Encontrava-me agora na sala, Marla tinha acabado de entrar para me trazer alguma comida. Antes era apenas Cameron que vinha cá, mas desde há uns dias, que por vezes era Marla quem fazia o “trabalho” dele. Marla vinha sempre um pouco silenciosa, ao contrário de Cameron, que muitas vezes tentava meter conversa comigo, eu respondia-lhe sempre mal, apesar de ele até tentar falar-me de uma forma deveras amigável. Segui com o olhar os movimentos de Marla e assim que fiquei sozinha, comecei a comer. Comi pouco, visto que ultimamente a minha fome nunca era muita. Peguei no tabuleiro, pousando-o no chão à beira do sofá, para que este ficasse desocupado, e depois deitei-me sobre o mesmo. Ao tempo que não dormia em condições, nem numa cama. A minha vida fora daquelas quatro paredes não era grande coisa, visto que eu era pobre, por assim dizer. Desde que tinha perdido os meus pais, que tinha ficado a viver na casa da Abigail, não tinha nada, a não ser as minhas roupas que tinha levado comigo para casa dela, assim como alguns objectos, de pouco valor monetário mas de um enorme valor sentimental.

Sobressaltei-me e abandonei aqueles pensamentos assim que senti uma corrente de ar entrar ali dentro. Confusa, acabei por olhar para a porta, e consegui vislumbrar uma pequena fresta, que me indicava que a porta estava aberta. Aberta? Levantei-me de um salto e o meu coração começou a bater de forma rápida, quando ao levar a mão à maçaneta da porta e a puxar, a porta se abriu por completo. Marla tinha-se esquecido de fechar aquela porta à chave, e agora ela estava aberta. Estava aberta e eu podia sair dali e tentar fugir. Não pensei em mais nada, e comecei a andar, deixando a porta fechar-se atrás de mim. Baixei a cabeça, com o intuito de ninguém me reconhecer, e andei sempre, de forma concisa e com passos firmes tentando achar a saída daquele lugar. Eu sabia que não ia ser fácil, visto aquilo parecer-me tudo igual, mas depois de uns minutos a percorrer aqueles corredores, consegui encontrar uma porta. Por cima da mesma existia uma pequena placa de cor verde, onde se podia ler a palavra “saída”. Senti o meu corpo ser invadido por uma sensação de alívio, assim que rodei a maçaneta e esta cedeu, abrindo a porta. Logo o sol invadiu os meus olhos e dei um passo em frente, rumo à minha tão aguardada liberdade.

Acham que a Summer vai ter sorte? O que acham que vai acontecer agora? Espero que estejam a gostar desta história! Beijinhos

 

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