Capítulo 10

Miles Foster

“Acredita: quando é para acontecer, acontece.”

Apesar de já se terem passado bastantes horas desde que Savannah tinha saído, Miles ainda se encontrava em casa à espera que ela voltasse. Olhando fixamente para o relógio, ele via como o tempo ia passando e de Savannah, nem sinais. Ao fim de mais algum tempo ali, Miles decidiu sair de casa, talvez ela estivesse ali perto e a pudesse encontrar. Apesar de ter ficado muito irritado pelo que ela lhe tinha, já se tinha acalmado um pouco mas duvidava que assim continuasse quando a encontrasse. Sabia que vê-la ia fazê-lo irritar-se de novo e nem sabia do que seria capaz de lhe fazer. Assim que chegou à rua, viu que todas as pessoas estavam meio agitadas como se algo tivesse acontecido.

Depois de tentar falar com algumas pessoas, descobriu que tinha havido ali um atropelamento à algumas horas atrás. Pelo que descobriu tinha sido praticamente na mesma hora em que Savannah tinha saído de casa, no entanto não conseguiu descobrir muito mais, algumas pessoas tentaram descrever a rapariga que tinha sido atropelada mas parecia que cada pessoa tinha uma descrição diferente e isso não ajudava Miles em nada. O seu coração, entretanto, começou a bater mais rápido, pois algo dizia que a rapariga que tinha sido atropelada era Savannah. A sua Savannah.

Miles tirou o telemóvel do bolso e começou a fazer chamadas para os hospitais daquela zona, se Savannah tinha sido atropelada o mais certo era estar num hospital qualquer. Não demorou muito até ligar para o hospital certo, viviam numa cidade que não era muito grande, e portanto, não era difícil encontrar alguém. Savannah tinha dado entrada no hospital das redondezas da cidade à algumas horas atrás. Pelo telemóvel não lhe explicaram mais nada mas Miles nem sequer precisava que lhe explicassem o que quer que fosse. Já sabia onde Savannah estava e agora apenas lhe bastaria ir ao hospital para saber o resto.

Assim que parou o seu carro no parque de estacionamento do hospital, Miles saiu do mesmo e em passos apressados dirigiu-se para o interior do hospital. Depois de alguma conversa aqui e ali, descobriu em que quarto a sua namorada estava e por isso, foi logo para lá. Assim que parou em frente à porta, viu que Savannah estava acompanhada por um rapaz e que os dois estavam a conversar um com o outro.

As mãos de Miles cerraram-se num punho e ele sentiu toda a irritação que tinha anteriormente surgir uma vez mais.

- Savannah. – disse assim que abriu a porta e sentiu todo a medo da rapariga assim que ela o viu ali. Sabia bem que ela não estava nada à espera de que ele aparecesse por ali.

- Miles… - a voz dela era fraca e tremida.

- Bem, já calculava que te ia encontrar na companhia de outro rapaz. – atirou ele e ela suspirou baixo.

Savannah nem queria acreditar que Miles estava ali, como é que ele a tinha encontrado no hospital se nem sequer sabia o que tinha acontecido? Não era suposto isto estar a acontecer…

- Vim buscar-te, para irmos para casa. – disse ele muito seriamente enquanto que fitava a rapariga que estava sentada naquela cama. Os seus olhos desviaram-se para o rapaz que estava com ela quando este deu uns passos em frente.

- Ela não vai a sítio nenhum, contigo. – disse ele. Landon não era parvo nenhum para saber que aquele rapaz era o suposto namorado de Savannah. E bastava agora olhar para ele, para as coisas que ele estava a dizer e para a cara de Savannah para que ele se apercebesse do motivo porque a rapariga dizia que não podia ir para casa. Ela tinha medo desde rapaz, muito medo. Era esse o motivo que a fazia não responder a todas as perguntas que Landon lhe tinha feito e, muito provavelmente era também este o motivo daqueles cortes no seu braço.

- E quem és tu para dizer que ela não vai comigo? – perguntou Miles, fazendo assim com que Landon saísse daqueles devaneios.

- Já disse que ela não vai a lado nenhum contigo. Por isso, podes dar meia volta e sair daqui para fora.

Miles deu uma gargalhada alta e abanou a cabeça. – Ela é minha namorada, e se eu digo que ela vai comigo então é porque ela vai comigo. – vociferou sentindo-se ficar cada vez mais irritado. Mas quem é que aquele rapaz pensava que era para se estar ali a armar que mandava em alguma coisa? Ele não tinha nada a ver com a vida deles e nem sequer devia estar ali com Savannah como se agora mandasse nela. – Savannah, vamos embora. – disse ele, tentando ignorar o rapaz e fitando agora a rapariga.

Ela começou a abanar a cabeça, repetidas vezes. – Não quero. – disse engolindo em seco e aquelas palavras repetiram-se na cabeça de Miles imensas vezes, como se ela não parasse de as dizer.

- Nem penses nisso Savannah… - disse Miles muito seriamente. Nem pensar que ia deixá-la fazer-lhe frente mais uma vez. Quem mandava era ele e ela tinha simplesmente de fazer aquilo que ele queria.

- Ela não vai a lado nenhum. – disse Landon que cada vez se sentia mais irritado também. Não ia deixar que aquele Miles levasse Savannah com ele para onde quer que fosse.

- Que se passa? – todos olharam para a porta quando Lexie apareceu à mesma com uma expressão toda confusa no rosto.