Capítulo 7

Landon Watson

“O passado é uma história, o futuro um mistério e o presente é feito de surpresas, por isso tem esse nome.”

Landon saiu do hospital, depois de mais uma consulta com Lexie, tinham tido uma pequena discussão. Aliás, tinham sempre opiniões diferentes sobre as coisas e isso levava a que se chateassem, eram coisinhas de nada mas pronto. Landon conduzia o seu carro pelas ruas da cidade até que, do nada, uma rapariga surgiu no meio da estrada no seu campo de visão. Ele meteu o pé no travão para parar o carro mas já era tarde demais, o corpo da rapariga já tinha batido contra o seu carro e no momento seguinte esta já se encontrava no meio do chão.

- Merda! – ele bateu com o punho no volante e de imediato abriu a porta do carro e saiu do mesmo. As pessoas que estavam por perto já começavam a juntar-se à volta da rapariga e Landon viu-se obrigado a afastá-las. Que mania de estarem sempre a meter-se onde não deviam.

Assim que conseguiu avistar a rapariga, viu que esta ainda estava deitada no chão e o seu corpo contorcia-se com as dores. Ainda pegou no telemóvel para chamar uma ambulância mas depois decidiu não o fazer, Lexie com toda a certeza iria ajudá-lo. Aproximou-se mais da rapariga e ajoelhou-se ao lado dela tentando ver mais danos para além das dores que ela devia de estar a sentir. Tinha os cabelos castanhos espalhados e meio a tapar-lhe o rosto, no entanto, por entre os fios de cabelo, conseguia vislumbrar um pequeno fio de sangue que lhe corria desde a testa até à zona das bochechas.

- Doí-te alguma coisa em especial? – perguntou e em troca apenas recebeu uma careta feita pela rapariga. Suspirou baixo. – Deixa-me ajudar-te. – disse e logo depois estendeu os braços para pegar nela.

- Não! – barafustou ela tentando afastar-se dele o mais que podia.

Ele estava a tentar ajudar e ela era assim? Não a tinha atropelado de propósito, aliás, tinha sido ela quem se tinha praticamente posto no meio da estrada. Se fosse muito estúpido, era bem capaz de se levantar e ir embora como se nada se tivesse passado, no entanto, neste momento não conseguia fazer isso.

Olhou para o lado vendo alguém a pegar no telemóvel para chamar uma ambulância. – Não chamem ambulância nenhuma, eu ajudo-a. – o seu rosto foi novamente para o da rapariga e os olhos desta, pela primeira vez, fixaram-se nos seus. Tinha um olhar desconfiado. – Como te chamas? – perguntou-lhe Landon.

- Savannah. – foi o que ela apenas disse.

- Ok… agora pára de me tentar afastar, não te vou fazer mal nenhum. Apenas quero levar-te ao hospital para ver se está tudo bem. – disse ele.

- Mas eu não quero ir ao hospital. – disse Savannah com um longo suspiro enquanto deixava a sua cabeça pousar novamente no chão e os cabelos novamente taparem o seu rosto.

- Não te vou deixar ir embora assim. – Landon revirou ligeiramente os seus olhos e acabou por pegar em Savannah ao colo, apesar de todos os protestos dela a dizer que já estava bem e coisas desse género. Ele sabia que não estava, bastava olhar para a cara dela e ver a dor que a sua expressão deixava transparecer. Caminhou até ao seu carro e abrindo a porta do lado do passageiro, sentou Savannah no assento no carro. Fechou a porta e contornou o carro indo sentar-se no lugar do condutor, arrancou de seguida para o hospital onde esperava encontrar Lexie.

Assim que chegou ao hospital, Landon saiu do carro e foi logo pegar em Savannha, sabia que ela tinha muitas dores e por isso mesmo não ia deixá-la andar sozinha e sem a sua ajuda. Depois de transpor as portas do hospital, o rapaz dirigiu-se ao balcão da entrada e perguntou por Lexie, suspirou aliviado quando o informaram de que ela estava lá, e para sua sorte, estava na sua hora de descanso.

Landon começou a percorrer os corredores do hospital, ainda com Savannah nos seus braços.

- Que estás aqui a fazer?! – perguntou Lexie que tinha aparecido do nada, ou assim tinha parecido ao rapaz já que não a tinha visto aproximar-se.

Ele parou de andar e olhou para ela. – Preciso da tua ajuda. – disse meio ofegante, aquilo estava a pô-lo maluco já, no que parecia ser um fim de manhã normal, estava a revelar-se uma manhã cheia de acontecimentos. – Eu… eu… atropelei-a. – disse com uma cara confusa.

A outra arregalou os olhos. – Anda. – começou a andar pelo corredor e Landon seguiu atrás dela.

Entraram numa pequena sala e Landon pousou Savannah numa cama, a rapariga tinha permanecido o tempo todo calada e pela cara dela, Landon sabia que estava chateada por ele a ter trazido ao hospital. Mas ele não podia fazer nada quanto a isso, não ia deixá-la ir-se embora como se nada se tivesse passado.

Lexie aproximou-se de Savannah e depois de algum tempo fez uma cara estranha. – Acho que tens o braço partido. – disse. A outra suspirou baixinho e a sua cara ficou ainda pior do que já estava. – Temos de ir à sala de exames, precisas de fazer um raio-x ao braço e depois temos de tratar dele.

- Ok… - foi apenas o que Savannah disse.

Landon foi ajudar a rapariga mais uma vez e depois foram com Lexie para a sala onde se faziam os exames. Landon esperava que tivesse sido só um braço partido e nada mais do que isso.