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More than words.

More than words.

I want you - 4

Pronto, como já disse na semana passada, este capítulo não é nada demais. Mas a partir do próximo as coisas começam a mudar! Espero que estejam a gostar. Beijinhos

Assim que meti os pés na areia da praia, avistei logo a Rose e o Dave um pouco mais à frente e caminhei até eles.

- Já estava a pensar que não vinhas. – disse a Rose, apoiando-se nos cotovelos. Fiz-lhe uma careta e tirei a minha toalha do meu saco.

- Nem demorei muito. – encolhi os ombros enquanto estendia a toalha na areia ao lado da dela, deixando assim que a Rose ficasse entre mim e o Dave. À uns tempos, quem ficaria no meio deles os dois era eu, no entanto, agora isso era uma coisa que também tinha mudado. – Já estavas com saudades minhas era? – perguntei-lhe com um sorriso e ela assentiu muito com a cabeça.

- Sabes bem que sim. – ela disse sorrindo-me também.

Sorri-lhe mais e depois de despir o meu vestido, sentei-me na toalha. Fiquei sentada, virada para o mar e deixei-me ficar assim por algum tempo apenas a apreciar a paisagem e as pessoas que tal como nós estavam ali, na praia. Estava bastante gente, estávamos no verão, nas férias e as pessoas passavam os seus dias na praia. E era tão bom estar de volta a esta rotina. Se ainda estivesse na Suíça, por esta altura estaria fechada dentro de casa a deprimir e a morrer de frio.

Acabei por me deixar cair para trás, ficando assim deitada na toalha de barriga para cima, fechei os olhos por causa do sol que teimava em cegar-me e apenas os abri para olhar para a Rose assim que esta falou para mim.

- Conta mais coisas lá da Suíça. – pediu ela.

 Os meus olhos desviaram-se para o Dave, que até então se tinha mantido calado, e ele estava também a olhar para mim.

- O que queres saber? – perguntei, podia parecer que havia muitas coisas para contar, no entanto, a minha vida lá tinha sido tão aborrecida e solitária que pouca coisa interessante tinha acontecido naquele par de meses. Por aqui é que as coisas importantes tinham acontecido. Suspirei baixinho e afastei da minha mente estes pensamentos respeitantes a algo que me deixava triste.

- Tudo. – respondeu-me a Rose e fez um sorriso.

Retribui o sorriso e então comecei a falar, contando pequenas coisas que me tinham acontecido por lá, falei-lhes da escola e das poucas pessoas que lá tinha conhecido. Conseguia perceber que o Dave desviava o rosto para outro lado sempre que eu falava alguma coisa relacionada com um rapaz qualquer, no entanto, eu sabia que aquilo não queria dizer nada. Aliás, muito provavelmente era um gesto involuntário, e nada teria a ver com o assunto de que eu estava a falar.

- E os teus pais, como se estão a dar por lá? – foi o Dave quem me fez esta pergunta, depois de eu lhes ter contado mais algumas coisas.

Encolhi os ombros, acabando depois por esboçar um sorriso. – Eles estão a dar-se bem. – disse. – A minha mãe ainda não estava muito habituada, mas já conseguiu arranjar algumas amigas por lá e também um emprego. – acrescentei. O meu pai também estava a trabalhar por lá, e apesar de passar mais tempo fora do que dentro de casa, não era um problema para a minha mãe. Ela também passava bastante tempo por fora, aproveitando para fazer amigas e conhecer aquela cidade. Ainda bem que eles tinham gostado daquilo, ao contrário de mim, que apenas queria voltar para a Austrália. Tinha-me custado um pouco deixá-los lá, mas sabia que ficariam bem e que eu também estaria bem aqui. Pelo menos estaria mais feliz do que lá e muito menos sozinha.

Ficámos ali na conversa durante mais algum tempo enquanto eu lhes contava mais coisas sobre a minha curta estadia na Suíça. Quando o calor começou a ficar impossível de suportar, fomos um pouco à água para nos refrescarmos. Que saudades que eu tinha daquelas coisas todas, antes nunca tinha dado o devido valor a tudo isto, no entanto, agora dava muito mas mesmo muito valor. Tinham mesmo razão quando diziam que só dávamos valor às coisas depois de as perdermos.

Depois de algumas brincadeiras dentro de água, em que eu tentava manter-me o mais afastada possível do Dave, acabamos por ir novamente para a toalha.

A tarde passou assim, e quando demos por isso o sol já começava a desaparecer no horizonte, deixando-nos assim antever a chegada da noite. Acabamos por recolher as nossas coisas, quando já estava mais escuro e depois começamos a subir a rua em direcção às nossas casas. Despedi-me deles antes de chegar a casa da minha tia e depois todos nos separamos. A casa da Rose era a que ficava mais perto da praia, a da minha tia ficava umas duas casas acima da casa da Rose e a do Dave ficava numa outra rua, também perto dali.

 

Assim que abri a porta de casa, apercebi-me de que a minha tia já tinha chegado. Corri a procurá-la e assim que a vi na cozinha, corri até ela e envolvia-a com os meus braços num abraço apertado. Eu gostava muito dela, sempre tinha gostado desde criança, era aquela tia em quem eu sabia que podia confiar como se fosse uma verdadeira amiga e ela apoiava-me sempre em tudo, incluindo na minha relação com o Dave. Nem sequer sabia o que ela sabia a respeito de o Dave e a minha melhor amiga agora estarem juntos, mas também não ia falar sobre nada disso com ela, pelo menos por agora.

Ficamos as duas a falar ali, enquanto a minha tia, Amber, preparava alguma coisa leve para o nosso jantar. Depois de pormos parte da nossa conversa em dia e de jantarmos, eu subi para o meu quarto. Só agora me apercebia do quanto estava cansada, tinha sido uma longa viagem até aqui e ainda não tinha parado de andar de um lado para o outro desde que tinha chegado. Fui tomar um duche e depois vesti o meu pijama, uns calcões curtos e um pequeno top, abri a enorme janela que tinha no meu quarto, e como havia uma varanda sai para o exterior. Gostava muito daquele quarto, era grande, confortável, e para melhorar tudo tinha vista para o mar. Ali na varanda onde agora estava, podia vislumbrar o mar e ver a sua infinidade. Já para não falar nas estrelas, que eram imensas nesta noite. Sentei-me num cadeirão que tinha na varanda e cruzei as pernas à chinês aconchegando-me no meu próprio corpo. Deixei a cabeça cair para trás, apoiando-a nas costas do cadeirão e deixei-me ficar ali a apreciar a noite e a pensar em todas as coisas que me andavam a atormentar.

Nunca pensei que a minha vida um dia fosse mudar assim tanto, mas aquela viagem para a Suíça, apesar de ter sido curta, tinha mudado tudo. E nem sequer era para melhor, infelizmente. Só esperava que as coisas pudessem voltar ao normal, era claro que eu sabia que nunca iria ter o Dave de volta, isso fazia parte do passado e sabia que ele e a Rose estavam bem juntos. Mas mesmo assim, queria voltar a sentir-me bem e feliz com a vida que tinha.

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