Recovery - Epílogo
“15 de Abril, 2016
Ivy, se estivesses viva eu tenho a certeza de que irias estar muito desiludida com todas as más decisões que eu tomei desde o dia em que te perdi. Fui estúpida e ainda o sou. Nós queremos sempre que as pessoas de quem gostamos tenham orgulho em nós e eu acabei por deitar tudo isso a perder.
Quando te perdi foi como se uma parte de mim tivesse ido embora contigo, uma parte muito importante de mim, tão importante que sem isso eu fiquei completamente perdida. Todos os meus dias ficaram negros e dei por mim a achar que não tinha motivos para viver. Por isso desejei morrer, desejei acabar com tudo de uma vez por todas. Mas sabes o que isso fazia de mim? Uma pessoa cobarde, a baixar os braços e a desistir de tudo aquilo que ainda tinha pela frente.
A vida não acaba quando perdemos alguém, apenas começa um novo capítulo no qual essa pessoa já não faz parte. Temos de aprender a viver sem ela mesmo que isso nos custe muito. Temos de aprender a apreciar o resto do livro, porque ele pode realmente ser muito bom.
Lembras-te do Ashton? Tenho a certeza de que sim, passavas o tempo todo a segredar-me ao ouvido o quanto ele era bonito e eu passava o tempo a dizer que nem por isso, mesmo que as minhas palavras fossem contrárias àquilo que eu achava realmente.
Bem, posso dizer que foi o Ashton que acabou por mudar aquilo que eu pensava. Ele conseguiu, de uma forma ou de outra, fazer-me perceber que a vida é valiosa e curta demais para a desperdiçar-mos. Ele fez-me perceber que existem por aí muitas coisas pelas quais vale a pena viver e eu apenas tenho de as descobrir. Ele fez-me perceber que depois de um dia de chuva haverá sempre mais um dia de sol, mesmo que ele demore a chegar.
Temos de viver da melhor forma possível para que quando a nossa vida estiver a chegar ao fim nós possamos sorrir e sentirmo-nos felizes por a termos aproveitado da melhor maneira possível.
Eu e o Ashton ainda estamos no hospital psiquiátrico mas ambos temos a certeza de que em breve poderemos sair daqui. Nunca mais tentei acabar com a minha vida nem pretendo fazê-lo. O Ashton também quase já não tem ataques de pânico e ele prometeu que se vai manter afastado das drogas e do álcool quando sairmos daqui. Estamos a portar-nos muito bem e fazemos promessas um ao outro, promessas essas que pretendemos cumprir.
O Ashton aconselhou-me a escrever isto como se fosse uma carta de despedida. E ele estava certo quando disse que eu iria ficar melhor depois de o fazer.
Acho que chegou a hora de seguir com a minha vida para a frente, decidi que irei vivê-la por mim e por ti, já que tu não o podes fazer, e acredito que irei ter a melhor vida possível e vou fazer com que tenhas muito orgulho em mim, estejas tu onde estiveres, Ivy.
Para além de tudo, todas as coisas más pelas quais eu passei durante este tempo todo, fizeram com que eu agora desse muito mais valor aos pequenos momentos de felicidade. Tal como o Ashton me disse uma vez, como iriamos saber como é a felicidade, se nunca antes tivéssemos experimentado outro sentimento?“
Aqui está o fim desta história! Achei que ficaria giro terminar com uma carta escrita pela Valerie para a Ivy, já que ao longo de toda a história fui mostrando passagens do diário dela dirigidas à irmã. Então pensei, porque não acabar assim? Espero que tenham gostado.
Bem, a história chegou ao fim e quero desde já agradecer a todas vocês que leram toda a história e estiveram sempre aqui a deixar-me comentários queridos!
Eu vou deixar de publicar neste blog, porque vou apenas continuar no wattpad, e peço imensas desculpas por isso, mas bem, caso queiram mesmo continuar a ler o que escrevo, poderão continuar a fazê-lo por lá.
Eu depois farei outro post por aqui, com o link do meu wattpad e assim.
Muito obrigada por tudo!