You're so bad {7}
Jullie continuou a andar, sem sequer olhar para trás, e apenas parou quando se viu dentro do escritório de Trixie e já com a porta fechada. Deixou-se ficar encostada à mesma enquanto a amiga a olhava de forma atenta.
- Que se passou? – perguntou Trixie de sobrolho franzido.
- Não se passou nada, porquê? – perguntou a outra ao mesmo tempo que se afastava da porta e se ia sentar na cadeira em frente da secretária da amiga.
- Estás toda corada… e o cabelo, tens o cabelo fora do sítio.
- Hm? – Jullie arregalou os olhos e de imediato passou os dedos pelos seus cabelos de maneira a colocá-los no lugar. Seguidamente deslizou os dedos pelas bochechas, apercebendo-se de que estavam demasiado quentes e também vermelhas, com toda a certeza. – Não se passou nada. – repetiu agora mais baixo e fitou Trixie. – Está tudo bem.
Trixie abanou a cabeça e levantou-se para ir a um dos armários buscar alguns documentos de que necessitava.
- Sabes Jullie, se não te conhecesse até era capaz de acreditar em ti. – disse olhando a amiga de relance e apercebendo-se que esta estava demasiado estranha. – Mas como te conheço, podes já começar a falar.
- O Finn beijou-me. – disse Jullie muito de repente e de forma rápida.
- OH MEU DEUS! – Trixie deixou de imediato o que estava a fazer e correu, literalmente, para a beira de onde Jullie estava. Sentou-se na beira da secretária e cruzou as pernas enquanto fitava Jullie, agora de forma ainda mais atenta do que antes. – Conta tudo, já!
Jullie franziu a testa enquanto olhava a amiga, que agora estava com aquela cara de quem estava com muita curiosidade.
- Não há nada para contar. Ele é estúpido e beijou-me, ponto. – a rapariga revirou os olhos.
- Há sim coisas para contar. – Trixie revirou os olhos. – Por algum motivo ele te beijou, como foi? Ele beija bem? Gostaste?
- Pára Trixie. – a outra levantou-se da cadeira onde estava sentada e caminhou até ficar em frente à janela que ocupava uma das paredes daquele escritório.
Todos os escritórios eram praticamente iguais, tirando as decorações que cada pessoa dava ao seu. O de Trixie estava cheio de flores, era bastante agradável e acolhedor. O de Finn estava cheio de pequenos pormenores em tons de azul. Jullie revirou os olhos, sem saber porque estava a recordar como era o aspecto do escritório dele.
- Fala Jullie! – exclamou Trixie, que agora se tinha virado para a amiga. – Eu quero saber tudo, por favor. – pedinchou, fazendo com que Jullie suspirasse de forma até bastante audível.
Mais valia contar-lhe logo tudo de uma vez, caso contrário Trixie nunca mais se ia calar com aquilo. Jullie começou por lhe contar que tinha ido ao escritório dele e depois descreveu-lhe a cena a que tinha assistido. Trixie fez uma cara de nojo, tal como Jullie tinha feito ao ver aquilo. A rapariga continuou até lhe contar da parte do beijo e de como lhe tinha batido e ido embora.
- E ele beija mal. – disse como resposta às perguntas que a amiga lhe tinha colocado. Trixie riu-se, pois sabia que Jullie estava a mentir naquela parte. – E claro que não gostei. – revirou os olhos e Trixie riu-se ainda mais.
- Duas mentiras em apenas alguns segundos. Isso não se faz, menina Jullie. – gozou com a loira e como resposta apenas levou com um pequeno objecto que Jullie lhe atirou.
- NINGUÉM SAI NEM ENTRA NA EMPRESA. – gritou uma voz, vindo de um corredor ali perto. Jullie e Trixie entreolharam-se completamente confusas, sem entender o que se tinha passado. A morena andou até à porta e abriu a mesma, vendo que se tinha instalado uma grande confusão nos corredores. As pessoas andavam todas de um lado para o outro, sem saberem ao certo para onde se deviam dirigir.
- O que se passa? – perguntou Jullie, pondo-se ao lado de Trixie e juntando as sobrancelhas. Trixie encolheu os ombros e seguidamente puxou Jullie para fora do escritório, com ela.
- Não sei, e parece-me que no meio desta confusão toda não iremos conseguir descobrir nada. – retorquiu ao que Jullie concordou.
As duas começaram a percorrer os corredores, tentando fazê-lo de forma rápida, o que se tornava um pouco complicado. Precisavam de chegar ao rés-do-chão o mais rapidamente possível, pois, de certeza que lá alguém lhes poderia explicar o que se estava a passar. Irem de elevador nem lhes passou pela cabeça, visto que aquilo estava apinhado de gente, e portanto começaram a descer as escadas lado a lado e de forma rápida.
Não demorou assim muito até por fim chegarem onde queriam. Ali, na zona de entrada da empresa, a confusão continuava, no entanto estavam por ali menos pessoas. Jullie engoliu em seco quando viu que a entrada da empresa estava protegida por dois corpulentos polícias e mais dois estavam no interior da empresa a falar com o pai dela. Olhando em volta, a rapariga viu por ali mais algumas pessoas, sendo que Finn era uma delas, visto que tal como as duas amigas, tinha acabado de ali chegar.
Assim que Alexander ficou por momentos sozinho, Jullie andou até ele, ainda com Trixie atrás dela e chamou-o para chamar a sua atenção.
- O que se passou? – perguntou confusa e pelo canto do olho viu que Finn se tinha aproximado deles, talvez também curioso pelo que se tinha passado.
- Nada, Jullie. – disse o homem mais velho, com um tom de voz neutro e autoritário.
- É sim alguma coisa. Porque estão aqui estes polícias todos? Conta-me pai, não vale de nada esconder, até porque toda a gente vai acabar por saber. – não dava para tentarem esconder nada do que se passava naquele local. Era uma grande empresa, bastante conhecida, e como tal acabava sempre por se saber de tudo.
- A Hannah, foi raptada. – acabou Alexander por dizer enquanto fitava Jullie, Trixie e Finn, que eram as pessoas que estavam mais próximas dele.
- Raptada porquê? – perguntou Jullie deveras confusa. Não fazia sentido terem raptado Hannah. Ela era apenas uma simples recepcionista daquela empresa.
- Não sabemos, Jullie. Ainda não sabemos de nada. – o homem suspirou e quando se preparava para se afastar, um polícia veio de novo ter com ele.
- Encontramos um bilhete. – disse o polícia enquanto os olhava. – Acho que eles se enganaram. Supostamente, eles queriam raptar a sua filha, senhor Gautier.
Jullie engoliu em seco assim que ouviu isto e o seu coração acelerou imediatamente.